Apostando no inusitado, o Jornal do Brasil retomou em fevereiro sua edição impressa. E foi um sucesso! Todos os exemplares foram vendidos. A decisão da retomada aconteceu após o empresário Osmar Resende Peres Filho comprar, em 2017, um dos mais tradicionais veículos de comunicação do país, que vinha atuando desde 2011 apenas na versão online.
A surpresa é que, enquanto muitos veículos investem em tecnologia, o Jornal do Brasil fez um movimento um tanto quanto inusitado e apostou na ‘antiguidade’ do impresso. Uma semana antes, Marl Thopmson, CEO do New York Times, afirmava em um artigo que o jornal impresso durará apenas mais 10 anos nos EUA, e que é cada vez mais comum, principalmente pela facilidade e praticidade da internet, que as notícias sejam veiculadas somente nos sites e compartilhadas nas redes sociais – algumas revistas já produziram até seus próprios aplicativos para smartphones.
A verdade é que, para muitas pessoas, é melhor e mais prático ter acesso a qualquer informação através de um aparelho celular que cabe dentro do bolso, no qual um ‘click’ com a ponta dos dedos é possível visualizar notícias e imagens atualizadas. Segundo o Statista Digital Marketing Outlook, portal de pesquisa e estatística, o Brasil apresenta o maior número de horas conectadas ao celular, chegando a 4,5 horas de conexão por dia. Para muitos especialistas, o país é considerado a capital das redes sociais.
Apesar da declaração de Thompson, o The New York Times divulgou um crescimento de 20% nos lucros de seus impressos no último trimestre de 2017. Sendo assim, podemos concluir que, mesmo se tratando de locais e culturas diferentes, a volta do Jornal do Brasil é uma aposta ao manual e àqueles que estão acostumados a irem às bancas pela manhã, ler as notícias durante o café ou no caminho para o trabalho para se manter informado. A aposta é na credibilidade de reportagens e análises mais aprofundadas, que o impresso oferece, se for comparar ao que é divulgado na internet. Pois, além de tudo, nada supera, para os que gostam de ler, o toque das páginas.
*Heron Valadares é Estagiário de Comunicação
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