A revolucionária plataforma, que arrancou dos veículos tradicionais boa parcela das verbas publicitárias, contagiando usuários de todas as idades e gerações, está em apuros.
Constantemente nos deparamos com o questionamento sobre os benefícios trazidos pelas redes sociais e também dos possíveis “prejuízos” que vieram juntos. Se por um lado os mais jovens são irredutíveis quanto às facilidades e ganhos que tais plataformas proporcionam, afinal já nasceram e/ou passaram a infância já com total intimidade com esses canais, por outro os mais antigos, além de estranharem a chamada evolução, se preocupam com tamanha exposição e os perigos que isso pode representar, pessoalmente e para a sociedade em geral.
Claro que isso não é uma regra, mas em geral esse é o cenário atual, no qual, gradativamente, os fatos veem constatando que o receio da “velha guarda” é mais do que pertinente e, até mesmo, já tem sido percebido pelos mais jovens que, da mesma forma que abandonaram o Orkut, hoje já debandam do Facebook. No caso dessa, por exemplo, talvez a maior conexão do planeta, os últimos episódios comprovam que até mesmo esse “case de sucesso” representa, antes de tudo, uma ferramenta do capitalismo predominante, cujo o lucro é a premissa maior.
É possível afirmar isso diante da tamanha exposição dos mais de dois bilhões de usuários, pois ainda não sendo possível comprovar, o que pode ser questão de tempo, é impossível não imaginar que não foram só os 87 milhões de perfis de americanos que foram utilizados de forma ilegal para as pretensões políticas de um candidato (e agora presidente) insano. Todos os usuários dessa rede global estão expostos o tempo todo, tendo os seus perfis como moedas de troca para uma publicidade voraz. Aqui no Brasil, recentemente, o próprio Facebook já admitiu que mais de 400 mil contas foram invadidas.
E não é só isso. Além da exposição excessiva, a falta de controle das chamadas fake News é assustadora, demonstrando não só a irresponsabilidade dos mandatários da plataforma, com sua fiscalização falha, mas também uma crise de credibilidade que parece irreversível. Tanto é que não só pessoas físicas, mas grandes empresas já estão deixando a rede pela desconfiança.
A revolucionária plataforma, que arrancou dos veículos tradicionais boa parcela das verbas publicitárias, contagiando usuários de todas as idades e gerações, está em apuros. Pela sua imponência, capacidade e abrangência a maioria das pessoas seria capaz de apostar que o Facebook viria para ficar por décadas.
Enfim, com bem menos tempo o gigante já dá sinais de estar ruindo, perdendo dinheiro e o principal, a credibilidade daqueles que os levaram ao topo: os usuários. Um xeque-mate que pouco a pouco pode ser estendido a outras plataformas similares.
*Alan Pereira é Diretor Executivo da Contextual Comunicação
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